ADUBO: fertilizante cuja função principal é fornecer à planta um ou
mais nutrientes. Dentro dos adubos podemos ter: um adubo mineral ou adubo químico, ou seja, o adubo de origem mineral ou obtido industrialmente por processos físicos e/ou químicos; um adubo orgânico: adubo cujos nutrientes são, na sua totalidade, de origem vegetal e/ou animal.
A adubação/fertilização ecológica tem como base o facto de devermos alimentar os seres vivos que se encontram no solo (particularmente os microrganismos), assentando-se nos seguintes princípios segundo Claude Aubert: - A matéria orgânica fresca não se deve incorporar em profundidade no solo (pois a sua decomposição consome azoto dos solos); - O solo não deverá nunca ficar a descoberto (para evitarmos a sua esterilização); - Os adubos orgânicos devem ter a maior variedade possível e não devem ser excessivos; - As adubações minerais são, simplesmente, um complemento das orgânicas.
Hoje em dia, mesmo por pessoas próximas, continuamos a ouvir expressões
do tipo:
“Não há nada como o adubo (químico), aquece a terra e as plantas crescem mais rápido e
melhor!”
Mas será que o facto de termos uma maior produtividade e produtos
de maior tamanho compensa?
Não é fácil mudar ideias e hábitos muito
enraizados, principalmente quando as pessoas não conseguem ver as consequências
no imediato. Mas já não há dúvidas sobre os perigos da utilização de adubos
químicos:
Em traços gerais, as plantas absorvem muito rapidamente uma parte dos nutrientes o que leva a uma expansão celular e, consequentemente, a uma maior vulnerabilidade às pragas e doenças (tornando-se um convite à utilização dos pesticidas!);
Em traços gerais, as plantas absorvem muito rapidamente uma parte dos nutrientes o que leva a uma expansão celular e, consequentemente, a uma maior vulnerabilidade às pragas e doenças (tornando-se um convite à utilização dos pesticidas!);
20-03-2012 |
20-03-2012 |
A qualidade dos alimentos
é reduzida e os adubos influenciam a acumulação de nitratos nos legumes (que
depois se transformam em nitritos prejudiciais para a nossa saúde);
Existem mesmo adubos que não melhoram a qualidade do solo, prejudicando
os microorganismos existentes e úteis ao seu equilíbrio.
Então, a solução será optar
por fertilizantes/adubos orgânicos (estrumes,
chorumes, compostos…). Eis alguns "fertilizantes que podem ser utilizados no
modo de produção biológico:
Produtos de origem mineral
· Fosfato natural macio.
· Sais brutos de potássio (silvinite, silvite e
cainite)
· Sulfato de potássio, eventualmente com sais de
magnésio.
· Carbonato de cálcio de origem natural
· Carbonatos de cálcio e de magnésio de origem
natural (calcário dolomítico).
· Cal industrial resultante da produção de açúcar.
· Sulfato de magnésio de origem natural.
· Sulfato de cálcio (gesso) de origem natural.
· Enxofre elementar.
· Micronutrientes (boro, cobalto, ferro, manganês,
molibdénio e zinco)
· Cloreto se sódio.
· Pó de rocha (basalto, granito, bentonite, etc.)
· Argila (perlite, vermiculite, etc.)
Produtos de origem vegetal
· Turfa para preparação de substratos.
· Farinha de bagaço de oleaginosas, casca de
cacau, casca de café, radículas de malte do fabrico de cerveja.
· Algas e produtos de algas obtidos por
desidratação, congelação, trituração, extração ou fermentação.
· Vinhaça e extratos de vinhaça com exceção das
vinhaças amoniacais. A vinhaça é um subproduto da destilação do álcool a partir
do melaço de beterraba ou de cana-de-açúcar.
Produtos de origem animal
· Urina após digestão ou diluída.
· Excrementos de aves-marinhas (guanos).
· Lã, carnaz (peles), productos lácteos, farinha
de peixe.
Produtos de origem vegetal e animal
· Estrumes de dejetos animais e detritos vegetais
resultantes das camas dos animais.
· Compostos resultantes da mistura de dejetos ou
efluentes animais com resíduos de origem vegetal.
· Vermicomposto.
· Resíduos domésticos separados criteriosamente na
origem e compostados."
in Manual de Horticultura no Modo de Produção Biológico
As plantas precisam de nutrientes
minerais específicos e essenciais para
viverem e se
desenvolverem adequadamente. Estes podem ser:
16-08-2012 |
- Micronutrientes, ou
seja, elementos absorvidos em menor grau, mas igualmente necessários: Ferro
( Fe ), zinco ( Zn ), manganês ( Mn ),
boro ( B ), cobre ( Cu ), molibdénio ( Mo )
e cloro ( Cl ).
- No caso dos elementos minerais absorvidos pelas plantas que podem
beneficiar o crescimento, tais como o sódio (Na), o silício (Si), o cobalto
(Co), o alumínio (Al) e o níquel (Ni) não são essenciais, sendo só considerados
como elementos benéficos.
É difícil sabermos a quantidade exata de fertilizante a aplicar às plantas, pois isso depende da variedade, da sua localização, do tipo de fertilizante e do método de aplicação. Por exemplo, nas árvores a maior exigência de
fertilizantes verifica-se no
começo do período vegetativo, isto é, imediatamente
antes do desenvolvimento dos rebentos foliares.
Há alguns sintomas visuais que
podemos associar a deficiências de nutrientes. No entanto, estes podem variar
de cultura para cultura e, por vezes, confundem-se com sintomas de doenças,
pragas ou geadas, particularmente quando a deficiência se refere a um
micronutriente. De forma geral e resumida aqui fica uma tabela com os nutrientes, a utilidade/necessidade para a planta e alguns sintomas visuais quando existe carência dos mesmos.
Nutriente
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Utilidade para a planta:
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Carências - sintomas visuais:
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N
Azoto
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Tem ação na parte verde da planta, estimulando o seu crescimento e
brotações. É responsável pelo vigor da planta e pela abundância de folhas
verdes e viçosas. É um dos principais componentes das proteínas vegetais, sem
ele as plantas não podem realizar a fotossíntese nem a respiração, logo a
planta não cresce.
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Falta de vigor e crescimento reduzido.
Clorose das folhas mais velhas folhas, ou seja, estas não produzem
clorofila suficiente e ficam com uma cor mais clara (progressivamente de
verde pálido a amarelo, incluindo as nervuras das folhas).
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P
Fósforo
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Estimula a floração e ajuda na maturação e formação de frutos. Atua no
desenvolvimento das raízes e na multiplicação das células.
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Crescimento limitado. Atraso e redução no florescimento, levando a um
pequeno número de frutos. Observa-se uma coloração violácea das folhas mais
velhas que acabam por secar e cair.
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K
Potássio
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Dá maior vigor e maior resistência às doenças. Reduz a perda de água
nos períodos secos, aumentando a resistência à seca. Ajuda na produção de
açúcares (tamanho e qualidade dos frutos).
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Crescimento lento. Caules fracos e flexíveis e raízes pouco
desenvolvidas. Manchas acastanhadas nas folhas que evoluem para necroses.
Enrolamento das margens das folhas.
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Ca
Cálcio
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Faz parte da parede celular das plantas. Permite o transporte e
retenção de outros elementos no interior da planta e ajuda a fortificá-la.
Desempenha um papel importante no desenvolvimento dos frutos, raízes e
caules. Deste elemento depende o vingar os frutos jovens.
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É menos
frequente e, por vezes, difícil de distinguir a carência de cálcio.
Observemos frutos deformados e manchados. Deformações e necroses das
folhas jovens e das extremidades dos rebentos. Crescimento radicular
reduzido. Manchas esbranquiçadas nas folhas.
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Mg
Magnésio
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É a principal componente da molécula de clorofila. É responsável pela
captação da energia solar para a formação de açúcares a partir do dióxido de
carbono e da água (fotossíntese).
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Uma das
causas mais frequentes da carência de magnésio é o excesso de potássio no
solo. As folhas mais velhas ficam sem coloração, apesar das nervuras
permanecerem verdes.
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S
Enxofre
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Participa ativamente da fotossíntese. Estimula a formação de sementes
e favorece o crescimento vigoroso das plantas.
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A
deficiência de enxofre é pouco frequente. Muito semelhante à
carência de azoto. Clorose nas folhas, mesmo nas mais jovens, levando à sua
queda com muita facilidade. Diminuição no volume de flores e na produção de
frutos.
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Fe
Ferro
|
É um componente importante na formação da clorofila. Pode tornar-se
limitante em solos ácidos (devido ao excesso de manganês que impede a sua
entrada na planta) ou quando se faz a calagem excessiva.
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Ocorrem cloroses entre nervuras nas folhas jovens - clorose férrica.
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Zn
Zinco
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É necessário para a produção de clorofila e é indispensável para o
crescimento celular das plantas.
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As folhas novas não se desenvolvam corretamente.
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Mn
Manganês
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Acelera a germinação e a maturação. Atua na formação da clorofila e
participa da fotossíntese.
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Pode haver uma mudança de coloração entre as nervuras das folhas.
Podem ser visíveis pontos amarelos e/ou buracos nas folhas.
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B
Boro
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Ajuda na regulação dos outros nutrientes. Atua na formação dos frutos.
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As folhas novas tornam-se deformadas e caem. Os frutos tornam-se feios
e deformados. As raízes escurecem e podem morrer.
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Cu
Cobre
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É importante na resistência às doenças e faz parte dos fenômenos de
respiração. Também atua na formação da clorofila. É importante no
desenvolvimento das estruturas reprodutivas.
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As
necessidades de cobre são muito baixas e qualquer excesso pode causar
toxicidade à planta, induzindo deficiências de outros nutrientes, tais como o
ferro e provocando a paragem do crescimento radicular.
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Mo
Molibdênio
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É necessário para a fixação do azoto pela planta.
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A deficiência pode assemelhar-se a carência de azoto, devido às
cloroses que surgem nas folhas mais velhas, com as margens enroladas.
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CI
Cloro
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Atua nas reações hídricas da planta.
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Normalmente
presente nos solos,logo costuma ser desnecessário na adubação.
As folhas jovens ficam
cloróticas passando a uma cor bronze.
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Boa tarde, quando vou plantar sempre coloco húmus ou esterco de cavalo com serragem, depois de algum tempo tenho que por mais, como fazer? obs : tenho bromelias, suculentas ,orquideas e cactus.
ResponderEliminarViva!
ResponderEliminarHá vários fatores que devemos ter em conta quando queremos adubar as nossas plantas: o facto de estarem na terra ou em vasos e as diferentes necessidades de cada planta tanto no que diz respeito aos nutrientes como às suas quantidades... No entanto, penso que para as plantas ornamentais, o essencial é fazermos uma adubação orgânica frequente (adicionar mais composto, estrume ou um granulado orgânico, por exemplo), envolvendo e misturando bem o adubo com a terra.
Um abraço
Só um adendo, em relação a perlite(a) e vermiculite não sei se seria valido classificar como adubo, eles não tem (pelo menos não deveriam) conter nutrientes, eles são usados em substratos pela capacidade de armazenar agua e por aerar o solo para permitir o fluxo de oxigenio e evitar compactação.
ResponderEliminarCaro anónimo,
EliminarAgradeço, desde já, a sua observação, pois é a oportunidade de enriquecermos a informação apresentada!
A informação sobre os fertilizantes que podem ser utilizados no modo de produção biológico foi retirada do manual referido. Assim, penso que quando se mencionou a perlite e a vermiculite como fertilizantes foi com base no facto de serem minerais capazes de favorecer a obtenção de nutrientes por parte das plantas.
Um abraço e seja sempre bem-vindo,
http://faroleco.blogspot.pt/
Entendo, na verdade foi só pra ser "tecnicamente" correto mesmo.
ResponderEliminarNo entanto eu tenho de advertir sobre o uso da vermiculite, não só tem durabilidade menor que a perlite, estudos recentes indicam que a exposição a ela pode causar problemas no pulmão e até mesmo cancer devido ao amianto que pode ser encontrado nele.
Todos os comentários são preciosos (mais uma vez agradecemos), pois quanto mais completa for a informação a que temos acesso mais corretas são as nossas opções!
EliminarUm abraço,
http://faroleco.blogspot.pt/
Mano minha mae herdou de minha vó um terreno onde tem hortas, dá uns 20 metros por 20. E eu li que no Brasil há falta de magnesio no solo, como eu o adiciono de forma barata e organica? eu pensei em por cloreto(ou algo do tipo) de magnesio diluido em agua(aqueles q vende em farmacia), e depois por na terra. ou pegar alguma argila q o contenha, diluir em agua e aplicar na terra. O que tu me recomenda? muitooooo obg
ResponderEliminarOlá.
EliminarNão lhe conseguimos dar uma informação tão específica.
Deve fazer primeiro uma análise ao seu solo.
Um abraço