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| 06-05-2012
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Nome científico: Vicia faba
Nome comum: Fava, Faveira
Família: Fabaceae (anterior
Leguminosae)
Origem: É incerta, admitindo-se a região do Cáspio e o
Norte de África
A Fava (Faveira) é uma planta herbácea e anual que
pertence às leguminosas, pois as suas sementes estão reunidas em vagens. O seu porte é ereto, pouco ramificado, com caules fortes, parcialmente ocos que
podem atingir em média 120 cm de altura. São compostos por uma folhagem
abundante e de cor verde. Nas suas raízes, tal como nas restantes leguminosas,
existem nodosidades que têm a capacidade de fixar diretamente o azoto da
atmosfera.
Propriedades e utilizações:
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| 06-05-2012
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A fava é cultivada pelas suas sementes que se consomem
frescas, secas ou germinadas. Estas são muito utilizadas na confeção de vários
pratos culinários, como guisados e sopas. A sua semente seca pode ser incorporada
em alimentos compostos para animais e dela extrai-se uma farinha que pode ser
usada no fabrico de pão.
Há quem sugira que se optarmos por conservar as favas
através da congelação, devemos escaldá-las primeiro, pois ao que parece ficam mais
tenras.
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| 16-01-2012
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Possui propriedades medicinais, por exemplo: o cozimento
das sumidades e dos ramos (30 a 60 por 1000) usa-se como diurético e nos problemas
de reumatismo, do fígado e pele. A infusão de flores (25 a 50 por 1000) é
calmante, ajuda a aliviar o reumatismo e problemas renais.
Tal como outras leguminosas, a faveira tem a capacidade
de enriquecer o solo em que é cultivada e é um excelente adubo verde. Depois de
colhidas as vagens, a planta é cortada para que as suas raízes continuem a
enriquecer a terra e enterrada como adubo ou dada ao gado. Existe, ainda uma
variedade anã frequentemente utilizada como cultura intercalar para adubação
verde.
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| 20-03-2012
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Cultivo: É uma planta bastante rústica e adaptada ao clima
mediterrâneo. Não é exigente quanto ao tipo de solo, mas ressente-se dos
terrenos muito húmidos e da seca. Isto porque, terrenos alagados durante algum
tempo impedem a circulação do ar junto das raízes e temperaturas altas estagnam
o seu desenvolvimento.
Podemos semear as favas em terrenos pobres ou
anteriormente utilizados em culturas exigentes (milho, couve, girassol ou
cereais), uma vez que o solo vai ser enriquecido por esta cultura.
Há um ditado popular que diz “No natal já abana o faval”,
sugerindo que o tempo de sementeira poderá ser a partir de outubro ou novembro.
No entanto, se chover em setembro podemos semeá-las.
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| 20-03-2012
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A sementeira é direta e faz-se a cerca de 5 cm do solo,
em linha ou covacho. As linhas devem ser espaçadas, de forma a permitir a penetração
do sol, a circulação do ar e o crescimento rápido da planta para evitar (o
quase inevitável) piolho negro. Os covachos devem ser distanciados de 30 a 40
cm e semeamos três ou quatro sementes em cada um. Ao crescerem, as plantas vão
formar um tufo e, assim, amparar-se.
Durante a sementeira, devemos colocar cinzas de madeira
no solo, pois apesar das favas serem leguminosas e não necessitarem de azoto,
precisam de outros nutrientes.
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| 07-04-2012
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Convém sachar as favas ao atingirem dez centímetros de
altura, para eliminar a concorrência das ervas. Ao mesmo tempo, devemos fazer
uma amontoa junto ao pé para reter a água, suster o tufo de plantas e protegê-las
contra as geadas. Se as geadas forem extremas podem queimar as folhas, mas não queimarão
o caule enterrado que reage com o aumento de temperatura e se desenvolve
rapidamente.
Quando for necessário, devemos regar as favas sem molhar
as suas folhas e depois efetuar uma sacha com amontoa e cobertura.
Costuma-se fazer a desponta da faveira acima do sexto
andar de flores, pois assim as florações inferiores crescem melhor e as hastes
tornam-se mais robustas.
Esta planta multiplica-se por semente. A vagem pode secar
na planta se o tempo estiver seco ou colhe-se para secar à sombra. Devemos
escolher as favas melhores e antes de armazená-las, podemos desinfetá-las,
levando-as ao congelador durante quarenta e oito horas, no mínimo. Depois
secam-se novamente e armazenam-se em recipientes de lata ou vidro num lugar
seco, escuro e fresco.
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| 07-04-2012
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Pragas e doenças
O piolho negro (Aphis
fabae) é a praga mais comum nas favas, uma vez que são plantas muito vulneráveis
aos afídios, também chamados de pulgões ou piolhos. Estes insetos diminutos alimentam-se
da seiva de plantas e, no caso da fava, atingem as pontas viçosas das faveiras
sufocando-as e parando o seu desenvolvimento. A desponta e o preparado de
urtiga servem de prevenção/combate contra estes ataques. Sem esquecer que as
joaninhas são os grandes predadores dos afídios.
A ferrugem e o míldio combatem-se preventivamente com o
preparado de cavalinha e evitando colher as favas durante o período húmido. No caso da podridão ou pé negro (uma bactéria que provoca a quebra e
destruição da faveira) e do parasita vegetal, Orobanche crenata, só nos resta parar a cultura e evitá-la, no mesmo
terreno, durante pelo menos 3 anos.
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| 06-05-2012
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Curiosidades: A fava cultiva-se desde a Pré-História e, hoje em dia, é
cultivada em todos os continentes; Durante a Idade Média, constituía a reserva de alimentação para o inverno (com as outras leguminosas),
isto antes do aparecimento da batata; O consumo excessivo de favas pode causar
uma doença denominada de favismo; A expressão “são favas contadas”, que se
refere a algo dado como certo, teve a sua origem no fato das eleições/votações
serem realizadas com favas (brancas e pretas). No final, contavam-se as favas e
ganhava aquele que obtivesse o maior número de favas brancas;
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| 06-05-2012
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Existem várias variedades de favas, como por exemplo a
Fava Água Doce “Aguadulce” (precoce, de vagens longas e sabor delicado), a
Algarvia (muito precoce e de vagens curtas) e a Cornicha (precoce e de vagens
compridas, mais usada a norte do Tejo). Existem ainda variedades forrageiras e
variedades indicadas para adubação verde.