quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Visitantes: Lagarta do pinheiro

02-01-2013
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Thaumetopoeidae
Nome científico: Thaumetopoea pityocampa
Nomes comuns: Lagarta do pinheiro, Processionária, Processionária-do-pinheiro

02-01-2013
A lagarta do pinheiro é um inseto desfolhador que se alimenta das agulhas de várias espécies de coníferas, incluindo o pinheiro manso e o pinheiro bravo, atacando também, embora menos usual, cedros e abetos. 
Para além de causar danos nas árvores também pode causar problemas graves em humanos e animais (selvagens e domésticos). As alergias cutâneas são as mais comuns, mas podem ocorrer alergias oculares e respiratórias, isto quando se dá o contacto com os seus pelos urticantes. Estes pelos aparecem a partir do terceiro estágio de desenvolvimento das lagartas, encontrando-se nelas, mas também nos locais por onde passam e no seu ninho. 
02-01-2013
02-01-2013
Nos pinheiros, os principais sinais de aparecimento da lagarta-do-pinheiro são os seguintes: A existência no, final do outono, de ninhos brancos constituídos por fios sedosos (parecidos com algodão) na extremidade dos ramos dos pinheiros; Os ninhos tornam-se acastanhados com acumulação de excrementos, aumentando o seu peso e chegando, por vezes, a vergar os ramos em que se encontram; As agulhas roídas pelas lagartas, posteriormente, ficam avermelhadas, secas e acabam por cair.
02-01-2013
Os pinhais jovens (até aos 25 anos) são mais atacados. Geralmente não leva à morte dos hospedeiros, no entanto, causarem reduções no crescimento das plantas. Para além disso, os sucessivos ataques e desfolhas muito severas, (sobretudo em árvores jovens), levam ao enfraquecimento da árvore aumentando a sua predisposição a outros agentes patogénicos, podendo levar à sua morte.

A lagarta do pinheiro passa por quatro fases de desenvolvimento: ovo, lagarta, casulo (pupa ou crisálida) e borboleta (inseto adulto). Em traços gerais, o seu ciclo biológico consiste no seguinte: A borboleta fêmea deposita os ovos em grupo na base das agulhas dos pinheiros. As lagartas têm um comportamento gregário (vivem em grupo) com cinco estados larvares, sendo que nos dois primeiros estados alimentam-se durante o dia permanecendo de noite em ninhos temporários. Perto do inverno, quando atingem o terceiro estágio, formam ninhos sedosos onde ficam durante o dia, alimentando-se durante a noite. No final do inverno, descem das árvores em fila (procissão) para se enterrarem no solo. Depois do casulo emergem as borboletas.
Imagem retirada daqui...
O conhecimento do ciclo biológico da lagarta do pinheiro é a base para uma correta aplicação das medidas preventivas e de controlo, uma vez que estas variam de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontra o inseto. No entanto, é preciso ter em conta que o seu ciclo é influenciado pelas condições ambientais, principalmente pela chuva e pela temperatura. Por exemplo, as chuvas fortes e constantes são capazes de destruir os ninhos, interrompendo ou afetando o ciclo. Ao contrário, as temperaturas amenas aceleram a eclosão dos ovos e o consequente aparecimento/desenvolvimento das lagartas.

02-01-2013
02-01-2012
Medidas preventivas
- Evitar podas excessivas em povoamentos atacados;
- Instalações de povoamentos mistos com espécies que não sejam atacadas.

Meios de luta
Qualquer que seja o meio de luta escolhido é indispensável o uso de luvas, vestuário apropriado para proteção de todo o corpo, máscara de proteção para nariz e boca.
- O uso de armadilhas com atraentes específicos - feromonas sexuais - (1 a 3 armadilhas/hectare entre junho e setembro). Estas capturam as borboletas masculinas e permite detetar o início do voo dos adultos e, assim, determinar a melhor época de tratamento;
- Durante os dois primeiros estádios larvares, antes de se formar a lagarta com pelos urticantes (estádio 3), os métodos de destruição à base do inseticida biológico de Bacillus thuringiensis são os mais eficazes;
02-01-2013
02-01-2013
- Quando se dá a formação dos ninhos pelas larvas no estádio 3 (meados de novembro), a medida mais eficaz é a sua destruição. Os ninhos podem ser queimados ou esmagados no solo e devem ser removidos num dia frio para termos a certeza que as lagartas se encontram no seu interior. A sua destruição através do corte dos ramos não é aconselhável quando se trata do ramo terminal da árvore. Caso a altura da árvore não permita a remoção do ninho, podemos rasgá-lo para que as lagartas fiquem sem proteção e morram de frio;
- Na altura da procissão das lagartas (de fevereiro a maio), é recomendado a captura das lagartas com armadilhas adesivas (que se assemelham a cintas de plástico) aplicadas no tronco da árvore atacada.

02-01-2013
Controlo biológico através de predadores e parasitóides naturais
Os principais predadores da lagarta do pinheiro são quatro das nossas espécies de chapins: Chapim-real (Parus major), Chapim-azul (Parus cearuleus), Chapim-de-poupa (Parus cristatus) e Chapim-carvoeiro (Parus ater).
Os cucos, poupas, gaios, pegas-rabudas e corvos também se alimenta destas larvas. 
As lagartas também são atacadas por formigas, gafanhotos e várias vespas parasitas (parece que a Tetrastichus servadei é uma vespa que consegue atacar cerca de 60% dos ovos).
Os morcegos comem as borboletas.
Logo, é importante atrair estas espécies, através da construção de abrigos (caixas-ninho, por exemplo) para termos um ecossistema equilibrado e saudável.

Curiosidades: Cada borboleta fêmea deposita cerca de 300 ou mais ovos em volta das agulhas de pinheiro; As lagartas possuem cerca de cem mil pelos urticantes que agem como agulhas, injetando as substâncias tóxicas na pele ou nas mucosas de quem lhes tocar; O seu nome comum, processionária, tem origem na palavra “procissão”, pois as lagartas descem dos ninhos e movem-se em alinhamento, como uma procissão à procura de um local para se enterrarem; Durante esta “procissão” são guiadas por uma fêmea que vai à frente e tece um fio de seda para que não se percam umas das outras; As borboletas podem vir de outros pinhais e fazerem a postura nos nossos pinheiros; Para saber mais...; Para construir ninhos...

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