06-01-2012 |
Nome científico: Allium sativum
Nomes comuns: Alho, alho-comum, alho-hortense
Família: Alliaceae (antes Liliaceae)
Origem: Ásia Central e Europa (a bacia do Mediterrâneo foi um ponto de expansão
secundário)
O alho é uma planta bolbosa e herbácea que pode atingir
60 cm de altura. Apresenta um ciclo de vida vivaz, apesar de ser cultivada como
anual. As suas folhas são pontiagudas, longas e achatadas, cobrindo a metade inferior do caule.
O seu bolbo ("cabeça de alho"), composto por
folhas escamiformes ("dentes de alho") é comestível, sendo usado no
mundo inteiro tanto como tempero ou condimento como em inúmeras aplicações que
se creem benéficas para a saúde.
Cultivo: O alho é uma planta bastante rústica, no entanto demos
ter cuidado com o excesso de água, evitando a sua plantação em solos húmidos e
preferindo solos com boa drenagem. Esta planta também não aprecia adubações com
matéria orgânica mal decomposta, pois vai-se desenvolver pouco e conservar-se
mal. Assim, a fertilização do solo deve ser feita atempadamente e se possível
efetuada na rotação anterior. O uso de cinzas, geralmente ricas em potássio, origina um bom desenvolvimento
da planta.
12-01-2012 |
É importante saber que as folhas desta planta se
desenvolvem durante os dias curtos e de baixas temperaturas. Sendo este
crescimento interrompido quando os dias crescem, pois os bolbos iniciam o seu
desenvolvimento nessa altura. Tendo em conta esta informação, podemos efetuar a
sua plantação nos meses de outubro e novembro ou fevereiro e março. Sendo que os
alhos plantados no outono têm um melhor rendimento e, em contrapartida, os
dentes de alho da primavera são mais pequenos, mas conservam-se mais tempo.
20-03-2012 |
Os alhos propagam-se exclusivamente pela plantação dos bolbilhos.
Usam-se os dentes exteriores, pois ao que parece os interiores dão cabeças mais
pequenas. Estes enterram-se no máximo a 2 cm de profundidade, com a ponta para
cima (não sendo necessário estar grelado) e com a “barriga” virada para norte.
Podemos também enterrar no solo uma cabeça inteira e transplantar depois as
plantas. Se plantarmos um dente de alho descascado este vai dar origem a um só
dente, mas muito maior.
Devemos efetuar sachas e mondas sempre com cuidado para
não ferir as cabeças em crescimento. As plantas de alho são normalmente muito
resistentes, não sendo atacadas por pragas ou doenças. Caso haja ferrugem ou
míldio podem ser combatidas com o preparado de cavalinha.
O alho demora cerca de 7 a 8 meses a estar maduro. Quando a
sua maturação se aproxima é visível o murchar das folhas.
12-06-2012 |
12-06-2012 |
Para uma boa conservação, a dica é pendurar as tranças de
alhos sobre uma fogueira com mato verde para que produza bastante fumo.
Utilizações e
propriedades:
25-06-2012 |
As suas folhas picadas, cruas ou cozidas, são utilizadas
em saladas e dão outro sabor às favas ou chícharos (e outras leguminosas).
O pão de alho é muito apreciado, assim como os óleos ou azeites aromatizado
com alho que são usados para temperar legumes, carnes, pães e massas.
As suas hastes florais são comestíveis, especialmente quando as flores ainda estão em botão, podendo ser usadas como tempero na confeção de vários pratos.
As suas hastes florais são comestíveis, especialmente quando as flores ainda estão em botão, podendo ser usadas como tempero na confeção de vários pratos.
Devido às propriedades medicinais que
lhe são atribuídas, o alho é utilizado desde a antiguidade como remédio. No
Antigo Egito era usado na composição de vários medicamentos. Na Idade Média, já
se valorizavam as suas propriedades antimicrobianas e os seus efeitos benéficos
para o coração e circulação sanguínea.
O seu efeito antibiótico e fungicida dá-lhe grande
notoriedade, sendo indicado para inúmeros problemas de saúde. Por exemplo, é considerado
um bom antisséptico intestinal, vermífugo, febrífugo e expetorante. Atua contra
o reumatismo e hipertensão (quem é que nunca ouvir falar do famoso dente de
alho em jejum?!). Para conhecer mais propriedades naturais do alho aqui.
26-06-2012 |
Decocção: picar 100 g de alho, colocá-lo em 1 litro de água e
levar ao lume até ferver. Apagar o lume e manter tapado durante 1 hora.
Empregar puro para combater doenças radiculares, ferrugem, lepra do pessegueiro
e podridão cinzenta do morangueiro.
Maceração oleosa: picar 100 g de alho, deixar macerar 12 horas em 2
colheres de sopa de óleo de linho. Filtrar e juntar um litro de água, deixando
repousar 1 semana. Diluir 1 parte para 19 partes da água antes de pulverizar,
contra afídeos, ácaros e mosca da cebola. No
caso do combate contra pulgões, a solução só tem efeito se os atingir por
contato.
20-05-2012 |
Estas soluções quando pulverizadas sobre
as plantas, não deixam cheiro nos produtos depois de passadas cerca de 36
horas. Porém, um inconveniente na sua utilização poderá ser o facto de
destruírem/ afastarem também os auxiliares.
Em relação às consociações, há quem acredite que o alho
prejudica todas as outras culturas, especialmente as ervilhas e os feijões,
inibindo-lhes o crescimento. E quem considere que faz boa vizinhança com alfaces,
beterrabas, tomates, morangos e espargos. Quando plantado entre as roseiras,
diminui o ataque de pulgões. Junto do tomate atua contra o aranhiço vermelho. Os
alhos cultivados em torno de árvores de fruto evitam as brocas e são indicados no
combate à “lepra” das árvores de fruto de caroço (pessegueiro, damasqueiro,
ameixeira…), devendo ser plantados nas suas caldeiras.
Acredita-se que a própria planta na horta repele insetos,
coelhos e toupeiras.
Curiosidades: Os romanos utilizavam muito o alho na sua alimentação,
pois esmagado com coentros e misturado com vinho branco era tomado como afrodisíaco;
Devido à forma como se propaga (por bolbilhos ou “dentes”), o alho não apresenta
muitas variedades e as que existem são consideradas pela cor que cobre os
dentes do bolbo (alho branco, alho rosa e
alho roxo); Quando consumido em quantidades elevadas, o seu odor forte e
picante pode tornar-se evidente no suor de quem o ingeriu. O hálito
característico e, geralmente, considerado desagradável pode ser minimizado se
for consumida salsa fresca; Os alhos (e as cebolas) contêm um grande número de
compostos de enxofre, os quais são responsáveis pelo seu forte cheiro e sabor
característico;
Possivelmente, o odor e o sabor do alho é um mecanismo de
defesa, impedindo os animais (como pássaros, insetos e vermes) de comer a
planta; A polinização é feita por insetos e abelhas; Acredita-se que ao espalharmos
alguns dentes de alho entre frutas armazenadas, estes retardam o aparecimento de
frutas podres; Se colocarmos dentes de alho nos sacos de sementes (cereais e
leguminosas), estamos a evitar o aparecimento de gorgulho; Na criação de aves
(galinhas, por exemplo), devemos disponibilizar-lhes dentes de alho, esmagados
ou cortados para penicarem ou mergulhados na água do bebedouro (esta infusão de
alho deve ser renovada diariamente) ou, ainda, seco misturado com a comida.
10-01-2013 |
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