Nomes científicos: Urtica dioica
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21-03-2012 |
Nomes comuns: Urtiga, Ortiga, Urtiga-comum, Urtiga-maior
Família: Urticaceae
Origem: Europa e Ásia
A urtiga é uma planta vivaz e herbácea com folhas e
caules cheios de pelos urticantes que produzem uma sensação de ardor quando
tocam a pele dos seres humanos e outros animais.
Esta planta é considerada, por muitos, uma erva daninha pois
invade os terrenos cultivados, no entanto possui uma
longa história como medicamento e como fonte de alimento.
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21-03-2012 |
Cultivo: É uma planta espontânea em Portugal. Desenvolve-se em terrenos
baldios, terras cultivadas, à beira de rios e em solos húmidos com matéria
orgânica pouco decomposta (estrume). Multiplica-se por sementes ou pela divisão
da planta.
Propriedades
e utilizações
Culinária: Os
seus brotos e folhas tenras podem comer-se crus, misturados nas saladas (esmagados
previamente). Podem ser cozidos, permitindo preparações culinárias semelhantes
aos espinafres ou nabiças, com a vantagem de serem mais ricas em vitaminas e
sais minerais. Por exemplo, faz-se uma excelente sopa e esparregado.
Propriedades Medicinais: A urtiga possui várias propriedades medicinais. Por
exemplo, a infusão da planta (cerca de 50grs de
folhas secas ou 100grs de folhas verdes) pode ser usada como adstringente, depurativa
e antirreumática. As folhas usam-se, ainda, em cataplasmas sobre os eczemas e
outros problemas da pele.
Horta: A
urtiga ativa o crescimento de outras plantas,
tornando-as mais resistentes às doenças que as atacam. As suas hastes e folhas
podem ser usadas para a elaboração de um chorume. Este possui uma ação
inseticida, por exemplo contra ácaros e pulgões ou pode ser usado como dinamizador
do solo, estimulando a sua flora microbiana. É, ainda, um excelente adubo
foliar ou fertilizante líquido rico em azoto que pode ser usado diretamente no
solo ou no composto.
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31-12-2013 |
O chorume de urtigas é obtido através da
fermentação das mesmas. Colhe-se 1kg de urtigas, sem raízes (ao que parece
anulam a fermentação) e antes da floração (consta que é o ponto máximo dos seus
princípios ativos), que se mergulham em 10 litros de água, de preferência da
chuva, num recipiente de madeira, vidro ou plástico e nunca de metal. Dois dias
depois, a cada litro do preparado e após ter sido filtrado juntam-se 9 litros
de água. Ficamos, assim, com 10 litros para regar ou pulverizar as plantas.
Devemos ter em atenção que o chorume necessita, no mínimo, de 24 horas para
desenvolver as propriedades inseticidas. Normalmente, quatro dias depois
(quando o odor desagradável se manifesta) a fermentação está concluída e
acrescenta-se ao tratamento inseticida a capacidade de ativar o solo. Após
estes quatro dias, a preparação vai alterando-se e estragando-se, logo devemos
fabricar o chorume à medida das necessidades.
Utiliza-se, normalmente, a proporção de 1kg de planta
fresca por 10 litros de água, contudo podemos fazer com 200-250 gramas em 10
litros, pois o preparado mantém propriedades apesar de não ficar tão
concentrado. Se usarmos a planta seca a quantidade usada baixará para cerca de
metade. Para secar urtigas, devemos apanhá-las antes do início da floração e
deixá-las a secar à sombra durante cerca de três semanas.
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Curiosidades: As urtigas fazem parte de uma grande família que
compreende um número elevado de membros; O nome urtiga deriva do latim urere (= arder), sendo esta uma
designação genérica para várias plantas que apresentam um mecanismo de ação
semelhante; Não devemos confundir a urtiga-comum (urtica dioica) com a chamada urtiga-branca (Lamium album), pois apesar de possuírem propriedades em comum são
plantas diferentes. A última não possui características urticantes e pertence à
família Lamiaceae; A urtiga-menor (Urtica urens) é da mesma família que a
urtiga-comum e as propriedades são praticamente as mesmas, diferenciam-se pelo
fato da primeira ser uma planta anual; Antigamente aplicavam-se as fibras de urtiga
no fabrico de vestuário e, mais tarde, no de papel; Em Trás-os-Montes
costumava-se cozer as urtigas que depois eram misturadas com farelos e dadas como
alimento aos perus recém-nascidos para os tornar mais resistentes.
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